sábado, 16 de abril de 2011

Nossa visita ao Espaço Cultural da Marinha

No dia 18 de março, os alunos do ensino médio e fundamental do Colégio Legrand visitaram  o Espaço Cultural da Marinha, localizado no Centro do Rio de Janeiro, como atividade extra classe. Durante a visita, os alunos tiveram  a possibilidade de  embarcar numa fantástica viagem pela história do Brasil e da navegação. 

Na entrada, os alunos conheceram a Galeota Imperial, construída em 1808, quando da vinda da Família Real para o Brasil. A exuberante Galeota, trazida para o Rio de Janeiro em 1809, foi utilizada para transportar D. João VI em seus deslocamentos pela Baía de Guanabara. Foi a bordo da Galeota Imperial que D. João VI deixou as terras brasileiras, em 25 de abril de 1821, em seu retorno a Portugal.

A embarcação permaneceu em uso até os primeiros governos republicanos e fez sua última viagem em 1920, quando transportou a família real da Bélgica, quando de sua vinda ao Rio de Janeiro.
Galeota. Foto: Maria Eduarda

Réplica da Galeota. Foto: Maria Eduarda


Os alunos também puderam conhecer o interior do Submarino Riachuelo, construído em 1973, na Inglaterra pelo estaleiro Vickers Limited, em Barrow-in-Furness, Lancashire e incorporado à Marinha brasileira em 27 de janeiro de 1977.
Interior do Submarino. Foto Maria Eduarda.

O submarino S Riachuelo - S 22 - classe Oberon foi o sétimo navio da Marinha do Brasil a ostentar este nome, em razão da  batalha naval de 11 de junho de 1865 entre a esquadra paraguaia e uma fração da esquadra brasileira, sob o comando do Almirante Barroso, ocorrida nas proximidades de um riacho do mesmo nome, no rio Paraná.

Submarino Riachuelo.  Foto: Evany Bastos
Grupo 701 no Submarino Riachuelo. Foto Maria Eduarda
A importância história do Submarino Riachuelo dá-se em razão das operações marítimas de que participou, como a ATLANTIS, em conjunto com a Marinha do Uruguai e a UNITAS XIX, com as unidades da Marinha dos Estados Unidos, em outubro e novembro de 1978, respectivamente, conquistando o Troféu de Eficiência - "E", instituído pelo Comandante da Força de Submarinos, pelos avanços introduzidos nas técnicas e procedimentos operativos.



O helicóptero Museu-Rei - anti-submarino SH3 “Sea King” (Rei do Mar) também é uma atração a parte. O helicóptero esteve a serviço da Marinha do Brasil até junho de 2005, sendo empregado para detectar submarinos com sonar. Podia, também, ser armado com torpedos, para combater submarinos, ou com mísseis ar-superfície, para atacar navios. Esse tipo de helicóptero foi muito utilizado por Marinhas do mundo inteiro. Era comum vê-los na televisão recuperando cápsulas APOLLO no programa espacial norte-americano. Aliás ele é ótimo para operações de salvamento. Existem vários deles ainda em serviço na Marinha do Brasil.

Foto: Maria Eduarda

Grupo 701 no Helicóptero. Foto: Maria Eduarda
Outro momento de destaque é a visita a réplica da Nau dos Descobrimentos, atracada ao cais do Espaço Cultural.
O modelo construído em escala natural, no ano de 2000, foi entregue à Marinha brasileira quando das comemorações do 5º centenário do descobrimento do Brasil, sendo adaptado  e decorado, por meio de um projeto do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, que se baseou em fontes iconográficas do século XVI.

Com finalidade educativa, a Nau completa como imagem o que é ensinado sobre as Grandes Navegações portuguesas, por meio de palavras, escritas e faladas, nas escolas.
Foto: O Globo

Foto: Maria Eduarda


Welcome to Baia de Guanabara!

Scenario of what became known as "The Last Dance of the Empire, " held a few days before the proclamation of the Republic, the Fiscal Island is still a link between present and past. Decades have passed and the castle, who witnessed so many historical facts, is now a major tourist attraction in Rio de Janeiro.
In the castle open to visitors, the highlights are the turret and wing of Protocol. Three permanent exhibitions are also the attraction Castelinho: The Island History Committee, The Social Contribution of the Navy and Marine Science Contribution.

Currently, the Navy of Brazil gives the option for locals, tourists, foreigners and the general public with a boardwalk that provides not only the visit to Ilha Fiscal, as well as by the beauty of Guanabara Bay, guiding visitors on the importance cultural-historical tourism and various strategic points in the Marvelous City
The boat leaves the Cultural Center of the Navy toward the Fiscal Island, Guanabara Bay, where a guide explains several important points about the occupation of Rio de Janeiro.

Come see this symbol of the last days of the Empire!

Information about the tour:
Departures: Espaço Cultural da Marinha
Address: Avenida Alfredo Agache s / n º, Praça XV, Centro - RJ
Visitation: 5 Monday to Sunday.
Schedule: 13h, 14h30 and 16h.
Ticket Sales: In the days of walking, 11h to 16h.
Value: $ 10.00 - Adults / $ 5.00 - students, children under 12 and adults over 60 years.
Appointments for groups: (21) 2233-9165 or (21) 3870-6992.
Visitation free the 2nd weekend of each month, with distribution of vouchers from 9am at the Cultural Navy.
No tours on the following dates:
• January 1;
• Carnival;
• 6 Good Friday;
• Nov. 2;
• 24, 25 and 31 December.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

E diz Adolpho José Del Vecchio

Del Vecchio. Foto: Revista Museu

"A construção planejada, tendo de ser levantada isoladamente em uma ilha, projetando-se sobre um fundo formado pela caprichosa Serra dos Órgãos, encimada por vasto horizonte, e de frente para a entrada da baía, devia causar impressão agradável aos que penetrassem no porto, suficientemente elevada para que pudesse facilmente ser vista de qualquer ponto entre a mastreação dos navios, e prestar-se ao mesmo tempo à fiscalização do ancoradouro... Arrematei, por pouco tempo, na Praça do Mercado, certa quantidade de cocos da Bahia, já com os brotos, e fí-los transportar para a ilha e plantar em torno; os coqueiros vieram dentro de breve prazo e não tardaram a dar frutos."

Os vitrais da Ilha Fiscal

Os vitrais da Ilha Fiscal são um espetáculo à parte, pela beleza de suas cores e formas. Nas fotos abiaxo podem ser observados:

Na figura 1.: Círculos, linhas curvas abertas e fechadas, linhas retas, linhas mistas, linhas sinuosas, linhas em traço contínuo forte, quadriláteros, triângulos

Na figura 2.: Círculos, linhas retas, linhas curvas abertas e fechadas, linhas mistas, linhas em traço contínuo forte, paralelogramo geral, retângulos, losâgulos, triângulos




Na figura 3.: Círculos, linhas retas, linhas curvas fechadas, linhas mistas, linhas em traço contínuo forte, retângulos, losâgulos, triângulos


Aqui, nossas representações:







Você sabia...

... Que a decisão da construção da Ilha Fiscal, assim como a do seu estilo arquitetônico, foram do Imperador D. Pedro II, tendo em conta não conflitar com a paisagem da Serra do Mar.

... Que optou-se assim por um pequeno castelo em estilo gótico-provençal, inspirado nas concepções do Arquiteto francês Violet-le-Duc, com projeto de autoria de Adolpho José Del Vecchio - então Engenheiro-Diretor de Obras do Ministério da Fazenda -, onde se destacavam as agulhas e as ameias medievais a adornar a silhueta da edificação.

... Que alguns parâmetros técnicos nortearam o projeto de Del Vecchio: os pontos cardeais O-E posicionavam as alas do prédio, assim como o sentido N-S mostrava ao navegante a direção do canal a ser seguido para quem demandava ou saía barra a fora.

... Que  os vitrais, coloridos a fogo, foram importados da Inglaterra, compondo todos os vãos de portas e janelas com emblemas e figuras em estilo gótico do século XVI e mostravam o Imperador, entre os brasões genealógicos da Casa Imperial Brasileira e da Casa de Saxônia, e a Princesa Isabel, entre os brasões da Casa Imperial Brasileira e a Casa de Orléans.

Vitral com Brasão do Imperador. Foto Maria Eduarda

Vitral da Princesa Isabel. Foto: Maria Eduarda
... Que envoltos em artísticas molduras em cantaria, os vitrais dão ao ambiente a austeridade de uma catedral. Rosáceas, também em cantaria, envolvem as figuras da Princesa Regente e do Imperador.

As rosáceas ...
Rosáceas são ornatos de caráter geométrico, cuja denominação provém do processo de estilização do desenho de uma rosa. Sua utilização se remete à cultura romana e se faz presente na arquitetura românica como um simples orifício circular – o óculo. Entretanto, o desabrochar desse elemento se dá nas catedrais góticas constituindo-se, não só, em amplas aberturas circulares em forma de vitrais coloridos, mas também como base de decoração arquitetônica de toda a construção.

Presente nos diversos manuais de desenho em meados do século passado, as rosáceas se constituíam numa preciosa aplicação dos processos de divisão da circunferência em partes iguais - simétricas.

Justamente por essa marcante interação com a geometria e pelo interesse que desperta, a rosácea se torna um elemento importante no processo educacional, abrindo possibilidades de explorar vários conceitos ligados à representação gráfica.

Geometricamente, o Dicionário Aurélio define a rosácea como “Epitrocóide que tem uma forma que lembra a de uma flor com várias pétalas; rosa.” . Neste caso, a definição remete às curvas cíclicas, aquelas geradas pelo movimento de um ponto fixo num círculo que se desloca, sem deslizamento, em relação a uma reta ou a uma circunferência.
Curvas cíclicas do piso em machetaria. Foto: Maria Eduarda
Tratando-se de uma organização regular de elementos geométricos em função da  circunferência e de seu centro, um conceito básico que pode primeiramente ser apontado é o da simetria da rotação.
A simetria da rotação  se caracteriza por uma transformação geométrica na qual uma figura se desloca em torno de um ponto, segundo um ângulo definido. A repetição continuada da transformada, segundo o mesmo ângulo, vai estabelecendo uma organização espacial do tipo radial e que, inevitavelmente, conduz ao conceito do ângulo central.
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Vitral da Ilha Fiscal. Foto: Márcio Cabral
O traçado geométrico preciso das rosáceas implica no resgate dos princípios de divisão da
circunferência em partes iguais. Tal resgate leva aos conceitos de polígonos regulares convexos e não convexos (os estrelados). As rosáceas são figuras derivadas dos polígonos estrelados. Assim como na rosácea, os polígonos estrelados também estão presentes no desenho das mandalas.
Também  é possível gerar uma infinidade de estruturas geométricas em função da divisão da circunferência em partes iguais. Tais estruturas podem ser elaboradas utilizando-se somente linhas retas, apenas linhas curvas, ou a combinação de ambas traçadas, não de  modo aleatório, mas segundo relações geométricas decorrentes da própria trama que vai sendo criada.
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Vitral da Ilha Fiscal. Foto: Teresa Vilhena


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Você sabia...


O Grande Relógio
O Grande Relógio no Torreão. Foto Maria Eduarda
O projeto de Del Vecchio previa a instalação no torreão de um relógio alemão pela empresa Krussmann e Cia., com as quatro faces iluminadas na parte interna do mostrador para as observações noturnas, e permitia melhor visualização da hora local.

As quatro faces permitia aos comandantes dos navios no porto acertarem os seus cronômetros a qualquer hora do dia, independente do sinal de meio-dia, pois os mostradores, com 1,80 de diâmetro, eram visíveis de qualquer parte do ancoradouro, com o óculo de alcance.

O relógio recebe corda duas vezes por semana e funciona perfeitamente até hoje.

No sistema de pára-raios, os elementos do circuito se confundem com peças de arte, incluindo o próprio pára-raios. Ornado com Florões e medindo mais de 70 m de altura, possui uma esfera armilar, de onde parte a agulha.

Rebocador Laurindo Pitta e suas medidas


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RbAM Laurindo Pitta
Classe Laurindo Pitta

C a r a c t e r í s t i c a s
Construção: 1910.
Deslocamento: 293 ton. (leve) e 514 ton (carregado).
Dimensões: 38.73 m de comprimento, 8.0 m de boca e 4.5 m de calado.
Propulsão:
maquina a vapor de tríplice expansão de 850 hp  de potência total - (1910) .
motores Volvo Penta, de 380 hp cada (atualidade)
Tripulação: 34 homens (1910) - 9 tripulantes (atualidade)
Velocidade: máxima de 11 nós - (cerca de 20,4 km/h)
Distintivo numérico*: "1", posteriormente alterado para R14 (unidade costal).
*: Indicativo visual de casco.

Um pouco de História. Você sabia...

Laurindo Pitta ancorado no cais. Foto Marinha do Brasil

...Que o Laurindo Pitta é um rebocador de alto-mar construído em 1910 pelo Estaleiro Vickers, Sons & Maxim, Ltd. em Barrow-in-Furness, na Grã-Bretanha, por encomenda do Governo brasileiro.

... Que seu nome homenageia o Deputado fluminense Laurindo Pitta de Castro ( 1854-1904), um dos grandes defensores do reaparelhamento da Marinha brasileira, no início do século XX e que resultou na aquisição dos Encouraçados São Paulo e Minas Gerais, dos Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul e diversos navios menores, como o Guarani.
 ... Que o Laurindo Pitta era uma embarcação respeitável paea sua época, com 514 toneladas de deslocamento, 39 metros de comprimento total, 8 metros de boca, 4,5 metros de calado, máquina a vaopr de tríplice expansão, 850 hp de potência total, 11 nós de velocidade máxima - cerca de 20,4 km - duas chaminés; distintivo numérico "1", depois alterado para R14 e tripulação de 34 homens.
... Que o Pitta é um dos protagonistas de uma segunda e importante parte da história da Marinha brasileira, que chegou a ser uma das maiores do mundo, logo após a Guerra do Paraguai, mas acabou “naufragando” junto com as crises do final do Império e início da República.
... Que o Pitta integrou em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, a Divisão Naval em Operações de Guerra - DNOG, comandada pelo Contra-Almirante Pedro Max Fernando Frontin, composta pelos Cruzadores Rio Grande do Sul e Bahia, os Contratorpedeiros Piauí, Riuo Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina, o Tender Belmonte, todos retirados das divisões que formavam a Esquadra brasileira.

1ª Guerra Mundial. Foto: Marinha do Brasil
... Que coube ao Laurindo Pitta a tarefa de transferir o carvão e a água destilada de um navio auxiliar para outros návios brasileiros durante a operação da força naval brasileira quando do ataque do submarino alemão em agosto de 1918 a formação dos navios brasileiros, no entreito de Dacar, no Senegal e o arquipélogo de Cabo Verde.
... Que em 22 de fevereiro de 1922 o Laurindo Pitta prestou auxílio ao casco do ex-Paquete Alagoas, que havia sido usado no dia anterior como alvo em exercícios de tiro dos Encouraçados São Paulo e Minas Gerais, mas este, mesmo não tendo sido atingido veio a soçobrar devido ao péssimo estado do casco e do mau tempo.
... Que após a Guerra, a embarcação prestou serviço de rebocador ao Arsenal da Marinha do Brasil e a Base Naval do Rio de Janeiro até a década de 1990.
... Que em 1948, o Rebocador Laurindo Pitta prestou socorro ao návio de bandeira inglesa Hopercrost, com fogo a bordo, a 100 milhas de Cabo Frio.
... Que em 1997, a Marinha brasileira restaurou e remodelou o Rebocador Laurindo Pitta, adaptando 90 assentos para passageiros e um compartimento para a apresentação da exposição permanente "A Participação da Marinha na Primeira Guerra Mundial". E desde então, a embarcação tem sido utilizada para cruzar a Baia de Guanabara, transportando os visitantes  que desejam conhecer a Ilha Fiscal.
 
Vista do Laurindo Pitta. Foto: Maria Eduarda

... Que as grandes chaminés do Laurindo Pitta que sugerem a que a embarcação é movida a motor a vapor, não passam de elementos cenográficos, já que depois da restauração o Pitta é movido por dois potentes motores Volvo Penta de 380 hp, cada um.